terça-feira, 24 de junho de 2008

O Pioneirismo Inglês





A Inglaterra é o país onde se inicia a revolução industrial. Adianta a sua industrialização em 50 anos em relação ao velho continente europeu. Este facto decorre de um conjunto de condições e factores que possibilitaram o desencadear da revolução industrial:
  • A supremacia naval inglesa: desde o ano de 1651, quando Oliver Cromwell decretou os Actos de Navegação e Comércio, que asseguravam exclusividade aos navios ingleses para o transporte de mercadorias para o seu país, que a Inglaterra passou a controlar o comércio mundial de larga escala. Isso permitiu a organização de um vasto império colonial que, ao mesmo tempo, será o seu mercado consumidor de produtos manufacturados e fornecedor de matérias-primas (algodão e minerais, por exemplo);

  • A disponibilidade de mão-de-obra: o estabelecimento do absolutismo na Inglaterra no século XVI levou a burguesia em aliança com a nobreza a promover um processo de expulsão dos camponeses de suas terras. Estas terras foram cercadas e transformadas em áreas de pastagens para ovelhas que ofereciam a matéria-prima básica para o tecido (lã). Houve, portanto, um intenso êxodo rural que tornou as grandes cidades um lugar onde se encontrava uma grande disponibilidade de mão-de-obra. Dessa maneira, os salários sofreram um rebaixamento, facto que contribuiu para a elevação da produtividade na indústria;

  • A disponibilidade de matérias primas: a Inglaterra não tinha dificuldade de acesso às matérias-primas básicas para o seu desenvolvimento industrial. Era rica em minério de carvão, lã, algodão (obtido nos EUA), e ferro em abundância no subsolo britânico;

  • A monarquia parlamentar: a Declaração dos Direitos (Bill of Rights) permitiu a supremacia do parlamento sobre a monarquia – o parlamentarismo. Isso significou o fim do absolutismo, permitindo à burguesia uma maior participação nas decisões do governo e na vida política do país. Dessa maneira, a economia do país passou a organizar-se por forma a atender aos anseios da burguesia;

  • Os progressos na agricultura: atravessava já uma revolução agrícola de que colhia já os seus dividendos. Possuía uma agricultura produtora de matérias-primas estratégicas (como lã e linho) e de recursos alimentares, gerando capitais (a sua acumulação criará bases para potenciais investimentos na actividade nascente) e fornecendo à indústria mão-de-obra, que se tornara excedentária nos campos devido à mecanização;

  • Tradição manufactureira: ligada à lã que tal como o algodão, a juta e o cânhamo coloniais, contribuíram para a diversificação da antiga "indústria" têxtil inglesa. Constatava-se já um certo grau de especialização e evolução técnica na mão-de-obra nacional, mentalmente preparada e adaptada a uma evolução mais rápida do seu tecido produtivo (maior quantidade e melhor qualidade, mais rapidez).

  • As inovações de carácter técnico e científico: em que se destacam a lançadeira móvel, a máquina de cardar, a fiandeira mecânica, a máquina a vapor e o tear mecânico, eles próprios gerando indústria ou possibilitando avanços noutras áreas produtivas. Com a aplicação da força motriz às máquinas fabris, a mecanização difunde-se na indústria têxtil e na mineração. As fábricas passam a produzir em série e surge a indústria pesada (aço e máquinas).

  • A invenção dos navios e locomotivas a vapor acelera a circulação das mercadorias;

  • As condições geográficas: a localização da Inglaterra na parte ocidental da Europa facilita o acesso às mais importantes rotas de comércio internacional e permite conquistar mercados ultramarinos.

  • As boas condições geográficas da Inglaterra concorreram também na conjugação dos requisitos necessários para o arranque deste processo neste país. A existência de rios (perto das minas), bons portos, canais e condições de transporte facilitaram o escoamento e a circulação de produtos, para além das trocas internacionais ou coloniais;
  • Revolução dos transportes: a construção de uma rede de canais e a construção contínua de milhares de quilómetros de caminhos-de-ferro, principalmente no século XIX permitiram uma maior e melhor circulação de pessoas e bens;

  • O poder político: as medidas tendentes a um liberalismo económico favoreceram a criação de fábricas e o estabelecimento de circuitos de produção e distribuição, para além de um proteccionismo e apoio nacionais amplos.
  • A religião: os muitos calvinistas consideram o lucro um sinal de salvação eterna.

4 comentários:

Renan Wender disse...

tem explicando tudo bem direitinho muito bom...

gustavo disse...

Ta explicando tudo, muito bom me ajudou na pesquisa valeu!!!

Duas garotas nada normais disse...

Ajudou sim ! Mais tem algumas palavras escritas incorretamente . Mais valeu !

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.