terça-feira, 24 de junho de 2008

Considerandos sobre a Revolução Industrial

A Revolução Industrial é um termo utilizado por alguns historiadores para designar a transformação radical operada entre cerca de 1730 e 1850 na Inglaterra, e que alastrou no decurso do século XIX ao Continente Europeu, América do Norte, Japão e Austrália e no século XX, a muitas outras regiões.
Esta transformação caracterizou-se, essencialmente, por uma evolução do regime de produção tradicional – de manufactura para a maquinofactura (um processo novo baseado na máquina) com todas as suas alterações e avanços técnicos.
Pela primeira vez na história, o poder humano de produção é profundamente alterado; as economias podem doravante fornecer, multiplicando-se incessantemente até aos nossos dias, bens e serviços colocados à disposição de um número cada vez maior de pessoas.
Assiste-se, por vezes brutalmente, mas quase sempre a transições lentas e dificilmente captadas, do velho mundo rural para o das cidades, do trabalho manual para a máquina-ferramenta, da oficina ou da manufactura para a fábrica. Os camponeses exilam-se para os novos centros industriais, abandonando os campos, os artífices quase desaparecem. Surge uma nova vaga de profissionais: os promotores, os engenheiros, os técnicos, os operários especializados. Nasce uma elite burguesia que suplanta as pessoas tradicionalmente importantes do campo. O proletariado nasce e combate. Pouco a pouco todos os domínios da vida são atingidos e transformados: trabalho quotidiano, mentalidades, culturas.
A Revolução Industrial é uma revolução técnica na medida em que recorre a novas fontes de energia. À primeira revolução industrial, a do carvão e do vapor, sucede uma segunda, a da electricidade, do petróleo e do motor de explosão. Podemos dizer que hoje se assiste a uma terceira revolução industrial, a da energia nuclear e da informática.
Mas considerar que a Revolução Industrial resultou apenas de uma mudança nas técnicas é uma forma muito simplista de a encarar. Hoje os historiadores acentuam o papel da acumulação de capitais, da mão-de-obra, do tamanho das empresas, da formação de um mercado coerente, interno e externo, da revolução agrícola, condições prévias para um desenvolvimento rendível de técnicas novas.

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